Depois de competir no Campeonato Brasileiro de Maratona, algo dentro de mim mudou. Me senti mais forte, mais confiante, pronta para encarar desafios maiores. Foi então que avistei a oportunidade de participar do Campeonato Pan-Americano de Mountain Bike, pensei: será que sou capaz? E imediatamente a resposta veio: Claro que sou. Era o meu momento, momento de me desafiar, de competir com as melhores ciclistas do continente, de testar mais uma vez o meu limite.
Com essa certeza, peguei minha bike e fui para Goianá, Minas Gerais. Eu sabia que estava indo para o maior evento das Américas, estava emocionava. Não era apenas uma competição, era um marco. Estava ali para representar as mulheres, para mostrar que temos a força de ir cada vez mais longe, de competir de igual para igual com qualquer um, não importa a idade ou a experiência.
O trajeto? 98 quilômetros e 2.000 metros de altimetria acumulada, uma prova dura, com subidas intermináveis e descidas que me faziam pensar que estava em uma prova de downhill. Estar ali, no meio de tantas mulheres incríveis, acendeu algo dentro de mim. Eu estava pronta, ali era o meu lugar.
Consegui acompanhar o pelotão das líderes nas subidas, até mesmo na serra mais desafiadora da prova e, naquele momento, percebi o quanto eu estava evoluindo, a força, o foco, a determinação que a cada momento era exigida de mim, me deixava mais forte, um poder que não tinha sentido até então. Porém nem tudo são flores, as descidas ainda são meu calcanhar de Aquiles, preciso melhorar, e para piorar minha situação, o terreno era uma pimenta a mais nas descidas, mas eu sei que a cada treino, cada descida mal executada, cada erro é uma oportunidade de melhorar. Eu estou aprendendo, estou evoluindo e não vou parar até ser tão boa quanto quero ser.
Mesmo com pouco tempo de experiência no esporte, consegui me destacar. Fiquei entre as nove primeiras colocadas, o que me colocou em um lugar muito especial. Entre as melhores da América! Eu não poderia estar mais orgulhosa. Ser mulher no MTB é um ato de coragem, é se jogar de cabeça em um esporte em que nos subestimam, deixamos tudo isso de lado e vamos lá, mostramos que somos tão capazes quanto qualquer um. A coragem é a chave para tudo, e essa eu tenho!
Sei que ainda há muito a melhorar, mas também sei que estou no caminho certo. Sou forte e tenho a certeza de que posso mais, porque quando acreditamos no nosso potencial, lutamos com o coração, nada é impossível.
E é assim que vou seguir, com coragem, com foco, com paixão, porque sei que o meu lugar é aqui, no mountain bike, entre as melhores. E esse é apenas o começo da minha jornada.
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