A Volta de Santa Catarina não é apenas uma competição, é um teste de resistência, de superação e de coragem. Foram quatro dias de provas intensas, seguidos de desafios diários que exigiram o máximo de mim. Cada etapa era um novo desafio, mas também uma oportunidade de conquistar algo maior. Não foi apenas sobre ganhar, foi sobre lutar, persistir e mostrar que a determinação é o que nos leva além.
Dia 1 – O Contra-Relógio:
A adrenalina estava a mil desde o início. O primeiro dia foi o contrarrelógio, uma prova curta, mas cheia de desafios técnicos. Com 18 km e 400 metros de elevação, o percurso exigia de mim agilidade e foco, principalmente nas subidas e descidas técnicas. Cada segundo foi crucial. Respirei fundo, concentrei-me em cada curva e ao cruzar a linha de chegada, soube que meu esforço valeu a pena. Com o tempo de 50″22,004, fui a campeã da primeira etapa, a sensação de vitória já começava a tomar conta de mim.
Dia 2 – O Frio e a Força:
O segundo dia trouxe um novo desafio: 64 km com 1560 metros de elevação, em um clima de congelar os ossos. A temperatura estava abaixo de 5°C e o corpo estava desconfortável, lutando para me aquecer a cada quilômetro. Mas o frio não foi o único obstáculo. Era preciso manter o ritmo e a energia para enfrentar as subidas e descer com segurança nas descidas. Fiz a prova de forma focada, superando a sensação de cansaço que tentava se impor. Concluí a etapa com 2h43’12, novamente campeã. Eu já sabia que a luta estava apenas começando, mas aquele resultado me dava mais força para continuar.
Dia 3 – A Etapa Rainha:
Chegava o dia mais temido por todos, a temida etapa rainha. Longa, dura e extremamente desafiadora. Eram 84 km com 2300 metros de elevação e a temperatura continuava implacável, gelando os músculos a cada subida. Sabia que ali era onde as verdadeiras campeãs se destacariam e a pressão era grande. A cada subida sentia meu corpo se cansar mais, mas também sentia minha mente mais forte, mais focada. Ao longo do percurso, eu abria distância das minhas concorrentes. Cada vez mais me aproximava do meu objetivo. Terminei aquela etapa com 3h47’01 e com isso mantive a liderança da prova. Era uma vitória esmagadora, mas também um lembrete de que o trabalho duro teria que continuar.
Dia 4 – O Último Desafio:
O último dia chegou e o cansaço era visível. Meu corpo já estava exausto, mas minha mente estava focada, pronta para enfrentar as serras e subidas longas que me aguardavam. O percurso tinha 60 km com 1700 metros de altimetria e tudo o que eu precisava fazer era concluir a prova para garantir a vitória geral. Porém, como sempre, não me entreguei. Mesmo cansada senti a responsabilidade de manter o ritmo e concluir da melhor forma possível. Cada subida parecia mais difícil, mas a cada quilômetro que passava, a sensação de vitória se tornava mais real. Sabia que estava a um passo de conquistar o que parecia impossível no começo da prova.
Quando cruzei a linha de chegada, com 2h54′ no relógio, fui tomada por uma mistura de alívio e euforia. Não apenas ganhei a última etapa, mas também garanti a vitória geral, mantendo a camisa de líder do início ao fim da Volta.
A Vitória Completa:
A sensação de ser campeã geral da Volta de Santa Catarina não é apenas sobre o pódio. É sobre a jornada, as lutas diárias, o sacrifício, as dificuldades enfrentadas e superadas. Cada etapa foi uma história, e todas elas juntas me levaram a conquistar algo muito maior do que eu poderia imaginar.
Com a camisa de líder no peito, sei que esta vitória não é só minha. É o reflexo de cada pessoa que acreditou em mim, de cada treino, de cada suor. Cada passo, cada pedalada me que trouxe até aqui. E agora, olho para frente com a certeza de que o melhor ainda está por vir.
Juntos, conseguimos!

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